Exposição Novíssimos | Galeria Ibeu | Rio de Janeiro | 2018
A contemporaneidade é mais intensa na proporção em que a sublimidade não é evidente.
O abismo vizinho ao penhasco, a tempestade eletrizante as nuvens, os reflexos no espelho ou na água ou a incomensurabilidade da técnica, acesa ao olho, não provocam a mesma cumplicidade, entre sublime e simpatia, que a sutileza que combina a disponibilidade pictórica com os desafios compartilhados na sociabilidade ou mesmo nas agruras da política.
A pintura da Sani Guerra combina elementos, quase em excesso, como um fundo repleto de plantas, numa pincelada alargada, que preenche ainda mais os espaços, em variedade de tons escuros, com a presença simples, e misteriosa, de sólidos geométricos, no plano frontal, como um obelisco, ou lateral, como espectador judicioso, mais as mulheres trevosas. Isso porque trágicas: em máscara contra a peste ou reflexiva à pestilência enquanto enfermeira.
Há uma inexplicável manutenção da simpatia no acordo entre sobrevivência feminina ao ambiente agressivo, a vestimenta trevosa, a imprevisibilidade criativa e a selva. (Cesar Kiraly)
"Estudo para A enfermeira"
"O barco"
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